Lá vamos nós

 - Você é daltônico, sério?

 - Sim, sério!

 - Está brincando, nunca conheci uma pessoa daltônica, você não consegue ver as cores, não é mesmo?

(Quando uma conversa começa assim, sempre sei onde vai parar)

 - Não estou brincando, eu consigo ver as cores, o problema é que tenho dificuldade para ver determinadas cores, como o verde, o vermelho e todas as cores que possam se originar delas.

 - Você nasceu daltônico?

 (Não, eu batia muito com a cabeça na parede, isso afetou minha visão, num belo dia eu via o céu azul, no outro era roxo)

 - Sim, é uma coisa genética, está ligado ao cromossomo X e, por isso, ocorre muito mais nos homens, pois para ocorrer em uma mulher seria necessário que os dois cromossomos X tenham o gene do daltonismo, então é muito raro uma mulher daltônica, algo menor que um por cento.

(Gosto muito de dar essa explicação, pois parece que eu entendo genética e que não peguei exame nessa matéria na faculdade)

 - Esse problema te afeta muito?

(Problema? É, não saio de casa por isso)

 - Não vejo como um problema; não me afeta muito, nosso espectro de cores é reduzido em relação ao das pessoas com visão normal, nada que nos impeça de fazer alguma coisa.

 - Qual é a cor da blusa daquela menina?

(Sempre acaba assim, com a outra pessoa perguntando as cores de objetos num raio de 200m)