09 março 2008

Frases do que ando lendo

Patrimônio, Philip Roth.

"Era o primitivismo do meu pai que me espantava."

"Wilkins, apronta essa merda mais uma vez, só mais uma vez, e eu vou aí na sua porta com um machado. Eu tenho um machado bem grande, Wilkins, e sei onde você mora. Eu vou botar sua porta abaixo com o machado e vou te abrir no meio feito lenha. Você tem cachorro, por acaso? Vou fazer seu totó virar salsicha, Wilkins. Não preciso de mais nada além do machado, Wilkins, para enfiar ele no seu cu e na sua goela até você e o totó virarem uma coisa só. Se você ligar para o meu pai mais uma vez, de dia ou de noite, de novo, a sua cabeça, essa sua cabeça de vampiro louco, doente, psicótico, a puta da tua cabeça, quando eu tiver terminado com ela..."

"Não é fácil comprar um melão: talvez seja a coisa mais difícil de comprar, se a gente parar para pensar no assunto. Um melão não é uma maçã, sabe, que dá para dizer pelo lado de fora o que tem por dentro. Prefiro comprar um carro que um melão - prefiro comprar uma casa do que um melão. Se uma vez em dez saio da mercearia com um melão decente, me considero sortudo. Cheiro, farejo, aperto as duas pontas com o dedão, cheiro outro, aperto de novo com o dedo oito, nove, dez melões, faço isso com todos até me decidir, levo para casa, a gente abre no jantar e a coisa não tem gosto de nada e está dura feito pedra. Não fomos feitos para comprar melão."

Notas do Subterrâneo, Dostoievski.

"Sou um homem doente... Sou um homem despeitado. Sou um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo absolutamente nada de minha doença, nem sei ao certo do que sofro." Melhor começo é impossível.

"Não consegui chegar a ser coisa alguma, nem sequer mau; nem mau nem bom, nem canalha nem homem de bem, nem herói nem inseto. E agora termino minha vida no meu canto, escarnecendo de mim mesmo com o inútil e despeitado consolo que um homem inteligente não pode vir a ser nada de sério e de que só o idiota o consegue."

"Aliás, de que assunto um homem decente pode falar com maior prazer?
Resposta: de si mesmo.
Pois bem, então vou falar de mim mesmo."

"Asseguro-vos, senhores, que o excesso de consciência é doença, uma doença verdadeira e completa."

"(...) quanto menos se sabe, tanto maior é o sofrimento."

"Como pode respeitar-se, por pouco que seja, um homem que se conhece a si mesmo?"

"Suponhamos, senhores, que o homem não é estúpido, porque se fosse, quem seria inteligente?"

"Senhor tenente Zverkov - comecei - , saiba que detesto frases, frasistas e talhes apertados em cintas (...)"

"Chegamos quase a considerar a vida real como um esforço, como um trabalho pesado, e concordamos entre nós que nos livros a coisa é melhor."

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