30 março 2015

Genética e Daltonismo


Há alguns anos, mais precisamente em 2009, alguns pesquisadores publicaram um artigo na revista "Nature":

Gene therapy for red–green colour blindness in adult primates

 

Um resumo do artigo:

Uma das possíveis estratégias para eliminar o daltonismo envolve a inserção de novas células sem a mutação. Isto é possível graças à terapia genética, uma abordagem que permite corrigir o problema genético através da inserção de uma cópia funcional do gene. Os cientistas foram capazes de corrigir o problema em macacos. Foram selecionados dois macacos, que ganharam os nomes de Dalton (uma homenagem ao descobridor do daltonismo) e Sam. Esses macacos não foram escolhidos por acaso, eles pertecem a espécie Saimiri sciureus, que possuem uma condição similar que afeta todos os machos da espécie, que naturalmente enxergam o mundo em dois tons.
O estudo foi possível por meio da introdução da forma humana do gene opsina, que detecta vermelho, em um vetor viral e o vírus foi injetado atrás da retina de dois macacos. Após isso os pesquisadores avaliaram a capacidade dos macacos de encontrar pontos coloridos em um fundo cinza. Após 20 semanas a habilidade dos macacos de distinguir cores melhorou muito, indicando que os macacos haviam adquirido a capacidade de ver três tons. Um video do macaco passando pelo teste e recebendo recompensa, retirado da revista Nature:


E aqui o Dalton e Sam:



Após isso tudo, nesse mês, graças a um acordo entre a Universidade de Washington e a Avalanche Biotechnologies, começou um desenvolvimento da primeira terapia para o tratamento de daltonismo em humanos. Quando os testes em macacos foram realizados, foi feito uma cirurgia de risco sobre suas retinas, o que tornava tudo muito perigoso para seres humanos, era muito arriscado.

Para superar esse problema os cientistas americanos estão desenvolvendo uma técnica alternativa para chegar a corrigir a mutação. A abordagem consiste em criar um gene molecular contendo um líquido específico que será injetado diretamente no humor vítreo, uma substância gelatinosa que "preenche" e forma o olho. Com o acordo realizado o planejamento para iniciar os primeiros testes em seres humanos será dentro de dois anos.


Também foi criado um site para quem quiser saber em primeira mão as novidades da pesquisa e outras informações importantes.
Fico com a frase de um dos pesquisadores do projeto, Jay Neitz:
"A grande questão é que pessoas daltônicas têm uma ótima visão. Por isso, antes de as pessoas desejarem tratar seu daltonismo, é necessário assegurar que seja completamente seguro, e isso dará algum trabalho."

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