03 outubro 2008

Síndrome do pé fora da sala

Acabei de definir uma nova síndrome. Tentarei exemplificar essa minha teoria de forma simples. Só percebo o tamanho da burrada que fiz ao sair do ambiente em que cometi esse erro. Podemos aplicar isso em todos os casos. Logo após deixar a prova com o professor e abandonar a sala, percebo que cometi um erro estúpido em alguma das questões, mas só vejo que errei ao tocar os pés fora da sala e não ter mais chances de voltar. É incrível como adquirimos um grande conhecimento ao tocar o pé em outra sala. Outras aplicações: só compreendemos alguns de nossos atos mais vis e mesquinhos 10 segundos após tê-los realizado. O simples ato de sair e entrar em ambientes deixa nosso cérebro mais conseqüente, mais coerente. O problema disso é que não podermos simplesmente retornar à sala e organizar tudo corretamente, pois a vida é sempre em frente e todos os passos são em direção ao futuro, então jamais teremos chances de desfazer algo, na máximo poderemos remendar, e isso nunca é o suficiente. A síndrome do pé fora da sala é sobre isso, sobre as oportunidades que perdemos, sobre os momentos em que deveríamos ter ficado calados, sobre nossas falhas com as pessoas e com o mundo. Deveríamos aprender com nossos erros, mas nunca aprendemos, como diria a música: "Os erros não ensinam". Sempre tomaremos conhecimento de nossos erros ao caminhar...

2 comentários:

Anônimo disse...

Hum... se me permite uma interpretação da síndrome, muito bem descrita por sinal, diria que está relacionada com a ansiedade e os lobos frontais do cérebro humano.

A ansiedade (mesmo em doses pequenas, como a envolvida no decorrer de uma prova) acaba sobrecarregando as funções executivas pois tratam todos os estímulos (ou sua maioria) como importantes. Assim, a "memória RAM" fica sobrecarregada, não sabendo ignorar os estímulos irrelevantes e ocupando a parte frontal do cérebro com informações desnecessárias.

Pois bem, saindo do ambiente gerador da ansiedade ela cessa (ou diminui), fazendo com que apenas as informações realmente importantes se mantenham, tornando o pensamento mais claro.

Bom, essa é a explicação clássica da psicologia cognitiva. Mas sinto que estou esquecendo de falar algo importante. Depois do término do comentário eu lembro...

Marcelo disse...

que interessante isso. muito interessante mesmo. é legal ver por esse ângulo, e faz todo sentido. valeu meandros