02 março 2007

van gogh


Acaso haverá vagabundos e vagabundos que sejam diferentes? Há quem seja vagabundo por preguiça e fraqueza de caráter, pela indgnidade de sua própria natureza: você pode, se achar justo, me tomar por um destes. Além deste, há outro vagabundo, o vagabundo que é bom apesar de si, que intimamente é atormentado por um grande desejo de ação, que nada faz porque está impossibilitado de fazê-lo, porque está preso por alguma coisa, porque não tem o que lhe é necessário para ser produtivo, porque a fatalidade das circunstâncias o reduz a este ponto, um vagabundo assim nem sempre sabe por si próprio o que poderia fazer, mas, por instinto, sente: "No entato, eu sirvo para algo, sinto em mim uma razão de ser, sei que poderia ser um homem completamente diferente. No que é que poderia ser útil, para o que poderia eu servir, existe algo dentro de mim, o que será então?". Este é um vagabundo completamente diferente; você pode, se achar justo, tomar-me por um destes.

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